Como cultivar a empatia na infância?

A empatia é um dos mais importantes traços de personalidade a serem desenvolvidos na infância, isso porque ela é a base das atitudes éticas e dos bons relacionamentos, sejam eles pessoais, familiares, amorosos ou profissionais. Conversar sobre como desenvolver uma criança empática é um dever muito importante para pais e responsáveis, considerando o impacto que esse comportamento tem na criança, não só do ponto de vista individual, como também do ponto de vista social. Sabemos que nem sempre esse é um diálogo simples, por isso, para ajudar a iniciar a discussão sobre este tema, separamos neste post algumas dicas e dados dos benefícios de se cultivar a empatia na infância.

Criança empática dividindo os brinquedos com a amiga.
Fonte: Pexels/Cottonbro

Como todo e qualquer tipo de comportamento e traços de personalidade, tudo começa quando a criança observa as pessoas a sua volta fazendo alguma coisa, e então ela repete. Ao se falar de empatia, não seria diferente. Crianças que observam adultos empáticos, sejam eles os pais, responsáveis, familiares ou amigos, tendem a refletir seu comportamento. Por isso, incorporar atitudes que reforçam hábitos empáticos é um dos primeiros passos para incentivar a formação de uma criança empática. Algumas dessas atitudes são:

Fazer coisas pelos outros na frente dos pequenos

As crianças são naturalmente muito observadoras, porque é dessa forma que elas aprendem a se comportar nos ambientes em que estão inseridas. Não à toa, a criança que aprende a falar, andar e interagir apenas observando os outros fazerem o mesmo, também irá agir de forma empática – ainda sem o conhecimento do que é aquele comportamento – ao ver que aqueles que a cercam agem assim. Por isso, é importante demonstrar no dia a dia atos de empatia e não se ater apenas ao círculo pessoal da criança, que inclui familiares e amigos. É preciso também demonstrar empatia por pessoas desconhecidas ou com quem a família de forma geral tem menos contato, como por exemplo vizinhos, professores, funcionários de ambientes que a família frequenta e etc.

Falar sobre os seus próprios sentimentos

De maneira resumida, a empatia é a capacidade de compreender sentimentos e emoções no outro. Por isso, ainda seguindo a linha de raciocínio do ponto anterior, quando pais ou responsáveis falam sobre seus próprios sentimentos, eles permitem que as crianças compreendam que compartilhá-los é natural. Adultos que falam aos pequenos o que sentem, colaboram também para o vocabulário deles, tornando o processo de explicar suas emoções muito mais descomplicado do que ele precisa ser. Então, se você se sente triste, com fome, cansado ou feliz, expresse esse sentimento! E incentive a criança a fazer o mesmo.

Ter um momento de leitura juntos

Ler livros é um hábito muito importante de se desenvolver no processo de cultivar a empatia na infância, uma vez que a ficção é uma das maneiras mais fáceis de se falar ativamente sobre sentimentos próprios ou do outro. Durante a leitura, é interessante questionar a criança sobre o que ela acredita que os personagens estão sentindo, de uma forma que se torne natural para ela ligar situações aos sentimentos mais comuns que elas encadeiam.

Alguns livros que podem reforçar o diálogo sobre empatia e abordar temas correlatos como inclusividade e sentimentos, de forma leve, descontraída e com linguagem adaptada para os pequenos são:

Turma da Mônica – Clássicos Ilustrados: O Patinho Feio

Este livro faz parte de uma encantadora coleção que traz os contos clássicos mais famosos do mundo todo, representados pelos divertidos personagens da Turma da Mônica. Neste volume, a fazenda do Chico Bento é palco para a história de um patinho diferente dos outros. Feio e desajeitado, ele é rejeitado por todos, inclusive seus irmãozinhos. Será que toda essa tristeza vai ter fim? Um livro delicado e contado pelo incrível traço de Mauricio de Sousa, que aborda questões importantes como amor-próprio, bullying e empatia.

Turma da Mônica – Coleção Bem-me-quer: Junto e Misturado

É hora de acompanhar a viagem de formatura da Turminha mais amada do Brasil! No sítio, a garotada estava muito animada para visitar o curral e o galinheiro, mas a cadeira de rodas do Luca atolou na lama. Depois, começaram a ensaiar para o jogral, mas Eric tinha muita dificuldade e vergonha de ler em voz alta. Diante dos obstáculos, como é que a Milena, o Cascão e todos os outros vão se sair? Neste livro, por meio do exercício da empatia e com muita sensibilidade, a Turma da Mônica mostra que é possível entender e conviver com as diferenças desde criança. Uma história divertida e inclusiva, para rir e se emocionar.

Turma da Mônica – Coleção Bem-me-quer: A Grande Festa

Júlia, a nova colega da escola, era uma menina estranha. Não falava nem sorria. Mônica tentou se aproximar dela, assim como o Cebolinha e também a Magali, mas Júlia sempre se afastava. A Turma não vai desistir de fazer a nova colega sorrir. Uma história divertida, para rir e se emocionar.

Cuidar de animais ou plantas

Mesmo que eles não sejam seus, é interessante apresentar cuidados com outros seres vivos na frente das crianças. Isso ajuda a demonstrar para elas que temos também papel fundamental no cuidado com o outro, e que quando bem cuidados, eles são mais felizes. Para quem não pode ou não quer ter um bichinho dentro de casa, um ótimo exercício é plantar algo com a criança e incentivar o cuidado diário, até que aquela semente se torne o que tem potencial de ser. Visitar e ajudar locais que resgatam e cuidam de animais abandonados também é uma alternativa – o risco é só sair de lá com um novo membro na família!

Benefícios de se ter uma formação empática

Cultivar o senso de empatia em crianças é importante não apenas por conta dos relacionamentos e benefícios que elas verão ainda na infância, mas também pelo que elas podem vir a colher quando adultos. Listamos abaixo os reflexos da educação sobre empatia na infância e vida adulta:

Na infância

  • Ajuda a desenvolver um maior senso de segurança e, por consequência, relacionamentos mais fortes e saudáveis, tanto com os próprios familiares quanto com outras crianças ou educadores;
  • Estimula a tolerância e a convivência com o que é novo e/ou diferente;
  • Ajuda na habilidade de se comunicar;
  • Promove uma melhor saúde mental;
  • Auxilia na harmonia social e por consequência reduz as chances de promover o bullying.

Na fase adulta

  • Estimula o sentimento de felicidade, de forma geral;
  • Diminui os níveis de estresse e de negatividade;
  • Garante maiores chances de satisfação pessoal e profissional;
  • Promove maior oportunidade de sucesso em cargos de liderança;
  • Estabelece melhores relacionamentos;
  • Reduz chances de conflitos.

De maneira geral, cultivar a empatia na infância requer, antes de mais nada, uma análise interna em nós mesmos, pois se esse é um sentimento que nos falta, como ensiná-lo? Por isso, o principal compromisso entre pais e responsáveis que têm o desejo de despertar a empatia em crianças, é enxergar nas próprias atitudes como a empatia é demonstrada.

Saiba mais sobre a empatia com este post do blog.

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