Como a leitura influencia na escrita infantil

Estimular e promover o interesse pelos livros é muito mais do que uma forma de cuidado, atenção e carinho. Para as crianças, a leitura representa uma forte aliada no processo de educação infantil, como já falamos aqui. No artigo de hoje, vamos focar em um ponto muito importante e que representa uma lacuna e um imenso desafio para muitos brasileiros: o processo de escrita e como o hábito de ler pode ajudar os pequenos nessa jornada.

Como a leitura influencia na escrita infantil
Imagem: criado por Freepik

Segundo Augusto Buchweitz – pesquisador do Instituto do Cérebro (InsCer) e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida –, o hábito de ler pode atuar como um exercício que estimula o cérebro. “O hábito de leitura tem relação comprovada com uma melhor qualidade de saúde mental. A leitura, por envolver imaginação, mentalização, antecipação e aprendizagem (sempre aprendemos, ao menos, palavras novas), funciona como um ‘exercício’ para o cérebro humano. Apesar de não ser um músculo, o nosso cérebro precisa ser estimulado”, destaca Buchweitz.

Além de estimular a imaginação e a comunicação – não apenas oral, mas também verbal –, ler promove mais uma série de benefícios quando pensamos na escrita infantil. Abaixo alguns deles:

  • Melhora a concentração;
  • Auxilia na escrita;
  • Enriquece o vocabulário;
  • Apura o senso crítico;
  • Amplia os conhecimentos e referências sobre o mundo e a sociedade.

Melhora a concentração

Quando lemos, funções cognitivas como a concentração e o foco são trabalhadas.

De acordo com uma pesquisa promovida pelo instituto Pró-Livro, ler é um bom treino de atenção e, para muitos, é um método eficaz para se concentrar e aprender, principalmente quando a leitura acontece em locais movimentados, onde é necessário se esforçar para se manter focado sem se distrair com estímulos externos.

Auxilia na escrita

A leitura é a melhor maneira de apresentar aos pequenos a norma padrão da língua. Ainda, é uma forte aliada quando falamos sobre gramática – afinal, a língua portuguesa, com suas tantas regras gramaticais, é um desafio e tanto para muita gente, não é mesmo?!

Ao transformar a leitura em hábito, a grafia correta das palavras, bem como questões como pontuação e acentuação, fluem com naturalidade. Inclusive, se você tem o hábito de ler, certamente já se deparou com a sensação de estranheza ao ler um texto mal escrito e/ou mal acentuado.

Enriquece o vocabulário

A leitura é, sem dúvidas, uma peça-chave quando falamos sobre capacidade linguística.

Ler livros é uma ótima forma de conhecer novas palavras e aumentar o vocabulário, bem como de aprender a se comunicar de forma mais clara e fluida. É assim que os pequenos começam a escrever textos cada vez mais ricos! Os resultados positivos serão observados nas notas das tarefas escolares e, mais tarde, nos vestibulares e na vida profissional dos leitores.

Apura o senso crítico

Aqueles que possuem o hábito da leitura desenvolvem um maior senso crítico, uma vez que conseguem desenvolver melhor suas ideias e opiniões, assim como a sua maneira de pensar e agir. O resultado? Mais facilidade de comunicar ideias e sucesso para ser compreendido ao se expresar.

Amplia os conhecimentos e referências sobre o mundo e a sociedade

A leitura também é capaz de proporcionar conhecimentos nas mais variadas áreas. Por isso, ler amplia as referências do leitor, de modo a enriquecer sua maneira de pensar, de agir e, consequentemente, de redigir seus textos.

Com referências nas mais variadas áreas, desafios como uma redação com tema surpresa, por exemplo, serão enfrentados com maior facilidade.

Agora que você já conhece tantos benefícios que a leitura é capaz de proporcionar, deve estar se perguntando: como introduzir o hábito de ler à rotina dos pequenos? E qual o melhor tipo de livro para estimular todos os pontos sobre os quais falamos? Um bom início é oferecer à criança livros que estimulem a imaginação e instiguem o jovem leitor a se envolver nos conflitos apresentados na história.

De autoria da psicopedagoga e escritora Paula Furtado, “Histórias curando histórias” é um desses livros: com contos que levam o leitor para um mundo mágico, as histórias apontam saídas para conflitos e possibilitam o desenvolvimento da segurança e do companheirismo nas crianças, ao mesmo tempo em que “curam” sentimentos negativos como vaidade, inveja e maldade.

A partir de sua experiência atendendo crianças e jovens em consultório, a autora desenvolveu seu método próprio para trabalhar as habilidades socioemocionais através de narrativas de ficção voltadas para o mundo infantil. Por meio das histórias, Paula Furtado apresenta a possibilidade do leitor se reconhecer nas narrativas e desenvolver um laço afetivo com a leitura, compreendendo as palavras como uma forma de se conectar com o mundo. Dessa forma, os pequenos entendem que os livros são porta de entrada para o universo da leitura e da escrita, do qual podem se apropriar para criar suas próprias histórias e expressões ao longo da vida.

“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, eles serão incapazes de escrever – inclusive sua própria história”.

Bill Gates

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