Errar na infância contribui para o aprendizado

A infância é uma fase repleta de descobertas, desafios e, claro, erros. Esses equívocos, muitas vezes vistos como algo negativo, são, na verdade, parte fundamental do desenvolvimento infantil. Errar na infância não só é natural, como é também uma das principais formas de aprendizado. Quando as crianças cometem erros, elas estão testando limites, explorando o mundo ao seu redor e construindo habilidades que serão essenciais ao longo da vida. No entanto, a maneira como pais, responsáveis e educadores lidam com esses erros pode fazer toda a diferença. Uma abordagem positiva e encorajadora não apenas ajuda a criança a superar as dificuldades, mas também fortalece sua autoconfiança e resiliência. 

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É importante entender que errar na infância não é um sinal de fracasso, mas sim uma oportunidade de crescimento. Muitas vezes, os adultos tendem a intervir rapidamente para evitar que as crianças cometem erros, seja por medo de que se machuquem ou por preocupação com o resultado final. No entanto, essa superproteção pode impedir que elas desenvolvam a capacidade de resolver problemas por conta própria. Em vez de evitar os erros, o ideal é criar um ambiente seguro onde as crianças possam experimentar, falhar e, principalmente, aprender com essas experiências. Isso exige paciência, empatia e uma mudança de perspectiva por parte dos adultos, que devem enxergar os erros como parte do processo de amadurecimento. 

Um dos maiores desafios para os adultos é encontrar o equilíbrio entre proteger e permitir que as crianças explorem o mundo ao seu redor. A experimentação é uma das formas mais eficazes de aprendizado, pois envolve tentativa, erro e reflexão. Quando uma criança tenta montar um quebra-cabeça e não consegue na primeira tentativa, por exemplo, ela está desenvolvendo habilidades como persistência, raciocínio lógico e criatividade. O papel dos adultos, nesse caso, é oferecer apoio sem interferir demais. Em vez de resolver o problema para a criança, é mais produtivo fazer perguntas que a incentivem a pensar: “O que você acha que pode tentar de diferente?” ou “Qual peça parece se encaixar ali?”. Essas pequenas intervenções ajudam a criança a se sentir capaz e motivada a continuar tentando. 

Errar na infância é uma das principais formas de desenvolver resiliência, uma habilidade crucial para enfrentar os desafios da vida adulta. Quando as crianças aprendem a lidar com frustrações e a superar obstáculos, elas se tornam mais preparadas para lidar com situações adversas no futuro. Uma maneira eficaz de cultivar essa resiliência é valorizar o esforço, e não apenas o resultado. Por exemplo, se uma criança tenta desenhar um animal e o resultado não sai como o esperado, em vez de criticar ou corrigir, os adultos podem elogiar a dedicação e a criatividade demonstradas. Frases como “Você se esforçou muito para fazer isso!” ou “Adorei as cores que você escolheu!” ajudam a criança a entender que o processo é tão importante quanto o resultado. 

Para que as crianças se sintam confortáveis em errar e aprender com seus erros, é essencial que o ambiente em que elas estão inseridas seja acolhedor e seguro. Isso significa evitar críticas excessivas, comparações ou punições por falhas. Em vez disso, os adultos devem adotar uma postura de apoio e compreensão. Por exemplo, se uma criança derruba um copo de água, em vez de repreendê-la, é mais produtivo ajudá-la a limpar e explicar como segurar o copo com mais cuidado da próxima vez. Esse tipo de abordagem não só ensina a criança a lidar com as consequências de seus atos, mas também mostra que errar é algo normal e que pode ser corrigido. 

Errar na infância também desempenha um papel fundamental na construção da autoconfiança. Quando as crianças percebem que podem superar seus erros e aprender com eles, elas se sentem mais confiantes para enfrentar novos desafios. Uma estratégia eficaz para fortalecer essa autoconfiança é incentivar a autonomia. Por exemplo, ao invés de vestir uma criança apressadamente para não se atrasar, é mais benéfico dar a ela o tempo necessário para tentar vestir-se sozinha, mesmo que isso signifique cometer alguns erros no processo. Ao final, o sentimento de conquista por ter realizado a tarefa por conta própria será muito mais valioso do que a rapidez. 

Outro aspecto importante de errar na infância é aprender a lidar com as frustrações. Muitas vezes, as crianças se sentem desanimadas quando algo não sai como o esperado, e cabe aos adultos ajudá-las a transformar essa frustração em uma oportunidade de aprendizado. Uma maneira de fazer isso é compartilhar histórias de pessoas que falharam antes de alcançar o sucesso, como inventores, artistas ou atletas. Esses exemplos mostram que o erro faz parte do caminho e que a persistência é essencial. Além disso, os adultos podem ensinar técnicas de respiração ou pausas para acalmar a mente, ajudando a criança a lidar melhor com as emoções negativas. 

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A infância é um período de intenso aprendizado, e os erros são parte intrínseca desse processo. Ao adotar uma abordagem positiva e encorajadora, pais, responsáveis e educadores podem transformar cada falha em uma oportunidade de crescimento. Errar na infância não é algo a ser temido, mas sim celebrado como uma etapa fundamental para o desenvolvimento de habilidades emocionais, cognitivas e sociais. Quando os adultos entendem isso e agem de forma a apoiar e guiar as crianças, eles estão contribuindo para a formação de indivíduos mais confiantes, resilientes e preparados para os desafios da vida. Afinal, é através dos erros que se aprende a acertar.


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