Não é novidade nenhuma que estamos cada vez mais conectados virtualmente e rodeados de telas. Desde o início da pandemia, o famoso “tempo de tela” aumentou ainda mais, afinal, agora, o trabalho, a aula e a reunião com amigos e familiares também estão totalmente atrelados ao universo online.

Apesar das inegáveis e inúmeras vantagens e comodidades que a tecnologia traz à nossa rotina, o que muitas pessoas não sabem é que, para crianças, o uso excessivo de telas – e aqui entram os computadores, celulares, tablets e aparelhos de televisão – pode acarretar diversos riscos à saúde mental, emocional e física.
Isso não significa que as crianças não devem usar nenhum aparelho eletrônico, mas sim que deve haver equilíbrio para que o seu uso seja um hábito saudável.
Quais são as possíveis consequências do uso abusivo de tecnologias?
Antes, precisamos falar sobre os possíveis malefícios que o abuso de aparelhos eletrônicos pode trazer às crianças. Entre os principais sintomas causados pelo uso em excesso de telas, estão:
- Tendência ao isolamento social e afastamento da família (quem nunca conviveu com uma criança ou adolescente que passa a maior parte do tempo trancado no quarto e com o celular nas mãos, não é mesmo?!);
- Redução da autoestima (a comparação constante com as vidas e os corpos aparentemente perfeitos expostos na internet podem causar insatisfação e distorções, especialmente em relação ao próprio corpo);
- Desenvolvimento de transtornos ligados ao sedentarismo, como obesidade;
- Aumento da ansiedade, irritabilidade, depressão e apatia;
- Transtornos posturais e ligados ao esforço repetitivo.
Qual o tempo de tela recomendável para cada idade?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças que têm entre 2 e 4 anos podem passar até uma hora – preferencialmente menos – por dia em frente às telas. Já para crianças de até 1 ano, a recomendação é ainda mais rígida: nada de tempo de tela para os pequenos.
As crianças com idades entre 6 e 10 anos, por sua vez, podem passar no máximo 2 horas por dia conectadas, enquanto os adolescentes, que têm entre 11 e 18 anos, podem passar até 3 horas diárias em frente às telas, nunca substituindo as horas de sono pela conexão e respeitando o momento das refeições.
Claro que a pandemia, com as aulas online, teve grande impacto; mas ainda assim o controle e a atenção são muito importantes.
Como promover o equilíbrio entre o mundo on e offline?
Adequar essa utilização é extremamente importante para amenizar os impactos do mau uso da tecnologia. Para ajudar nesse desafio, listamos a seguir algumas ações práticas:
- Estabeleça os porquês: deixe claro para os pequenos os riscos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos;
- Dê exemplo: controle também o seu próprio tempo em frente às telas;
- Proponha alternativas: é importante incentivar atividades que aconteçam longe das telas, como exercícios físicos, leitura e brincadeiras ao ar livre – atitudes que representam uma ótima forma de tirar os pequenos da frente dos aparelhos eletrônicos e estimular hábitos mais saudáveis.
Unindo o universo da leitura ao das brincadeiras e jogos, 50 brincadeiras para fazer ao ar livre ou dentro de casa traz ideias de brincadeiras e jogos, com a opção de serem realizados em grupo ou individualmente, em casa ou na escola. Sem descuidar da segurança, as crianças podem aprender e descobrir um mundo divertido ao explorar novas e antigas brincadeiras.
Outra opção bem interessante é o Fábrica de brinquedos, um livro pra lá de especial, que estimula a criança a desenvolver a criatividade e a habilidade manual, o senso estético e o cuidado ambiental! Isso porque todas as dicas são para montar brinquedos com sucata e material reciclado que iria para o lixo. Além de exercitar a mente e o corpo, os materiais podem ser facilmente encontrados e não vão pesar no bolso!
E, para encerrar com uma dica de ouro, o guia 501 atividades para crianças longe da TV, do tablet e do smartphone traz uma variedade infinita de atividades acessíveis e de fácil compreensão. Também indica faixa etária e temas de cada brincadeira, incluindo assuntos como arte e ciências, passando pela culinária e pela jardinagem. Ainda ajuda a desenvolver suas habilidades físicas e mentais, aprimorar a comunicação, o conhecimento e as habilidades motoras.
Dessa forma, percebemos que o equilíbrio digital é importante e que pais e educadores precisam estar atentos a essas questões, pensando em medidas educativas que mostrem às crianças que o mundo longe das telas também pode ser divertido e rico em aprendizados. Nesse desafio, as brincadeiras ao ar livre são verdadeiras aliadas, pois, para as crianças, brincar é muito mais do que divertir: brincar é exercitar a imaginação, crescer e se desenvolver.
Adequar o tempo de tela é uma ação capaz de gerar benefícios significativos e ajudar no desenvolvimento das crianças. As atitudes de preservar e estimular habilidades voltadas para a disciplina, o foco e a atenção são essenciais ao desenvolvimento cognitivo, social e para o bem-estar emocional da criança, e, ainda, trarão benefícios que refletirão na sua vida adulta.
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