As mudanças, por mais necessárias que sejam, sempre assustam. A proposta do Novo Ensino Médio, apesar de começar a ser implementada apenas em 2022, foi pensada e estudada há bastante tempo. Criticada por uns, aplaudida por outros… mas o quanto realmente esse novo modelo de ensino vai mudar e como funcionarão as novas escolhas de disciplinas?
Até finalmente chegar na última etapa da mudança para o Novo Ensino Médio, muitas especulações e justificativas foram pensadas. O principal motivo para tal proposta era a percepção de que os índices de desempenho dos estudantes estavam estagnados, além das maiores taxas de abandono, reprovação e atraso escolar de dois anos ou mais estarem concentradas no ensino médio.
A idade esperada para a conclusão do Ensino Médio é até os 19 anos, mas de acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, apenas 65,1% dos brasileiros concluíram dentro deste período. Para a classe mais pobre, esse percentual chega a 51,2%. E 12% dos brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula.
Neste sentido, é necessário que a escola converse com a realidade atual, de modo que o ensino seja alinhado às necessidades dos estudantes, ou seja, a escola precisa conversar com a realidade atual, promover um ensino nivelado com as necessidades dos estudantes e prepará-los para viver em sociedade e enfrentar os desafios de um mercado de trabalho dinâmico.
O que é o Novo Ensino Médio?
Embora seja uma organização curricular mais flexível, a carga horária dos estudantes nas escolas foi de 200 para 1.000 horas anuais.
O principal objetivo dessa mudança é garantir uma educação de qualidade a todos os jovens brasileiros, além de aproximar a escola à realidade de todos os estudantes, considerando todos os fatores externos, complexidades do mundo do trabalho e a vida em sociedade.
Quais serão as principais mudanças?
Nesse novo momento, além de dedicar mais horas ao ensino escolar, os alunos precisarão cumprir os denominados “itinerários formativos”, que têm previsão de serem ofertados ainda em 2022, mas que serão obrigatórios apenas nos ano seguinte.
O que são Itinerários Formativos?
Representando a principal mudança para o Novo Ensino Médio, os itinerários formativos são, basicamente, todas as disciplinas ofertadas para os estudantes, que poderão escolher quais desejam cursar.
No primeiro momento, essa mudança parece deixar toda a escolha da formação nas mãos dos estudantes, mas na prática não é assim que acontece. O plano de ensino e os componentes curriculares previstos na BNCC continuarão sendo trabalhados em todos os anos com os alunos, seguindo todas as diretrizes previstas para uma formação completa. Com a transformação do Ensino Médio, algumas disciplinas passarão a ser obrigatórias (60%) e outras não. As disciplinas optativas serão escolhidas pelo estudante, como parte da sua formação, visando um plano de carreira futuro.
Matérias como Geografia, Filosofia, Sociologia, História, Biologia, Física e Química, deixam de ser obrigatórias e passam a ser optativas a partir das demandas dos itinerários formativos, por exemplo.
Quais são os Itinerários formativos?
Os itinerários formativos, como já visto anteriormente, serão optativos. Assim, os alunos terão liberdade para escolher de acordo com sua vontade e da oferta da instituição. Os itinerários formativos serão compostos com o objetivo de se aprofundar nos conhecimentos das seguintes áreas:
- linguagens e suas tecnologias: essa área conta com os componentes de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Artes e Educação Física. Para tal, o objetivo é que os alunos ampliem suas capacidades de expressão tanto artísticas quanto corporais e linguísticas.
- matemática e suas tecnologias: o componente curricular de Matemática visa orientar a formulação de habilidades a serem desenvolvidas ao longo de todo o ensino, que comportam os números, geometria, grandezas e medidas e probabilidade e estatística.
- ciências da natureza e suas tecnologias: essa área é composta pelo conjunto de outras ciências que se dedicam ao estudo da natureza e os seus fenômenos, visando utilizar diferentes métodos para colher dados, analisar e comprovar as teorias.
- ciências humanas e sociais aplicadas: um conjunto de ciências que procura integrar eixos do conhecimento para compreender as necessidades sociais, as implicações de se viver em grupo e as relações humanas no geral.
Como funcionará na prática? As quatro áreas do conhecimento serão divididas por ano ou por semestre e distribuídas nas grades de cada estudante, que por sua vez, poderá escolher, de cada área, uma disciplina extra para se aprofundar de acordo com seu desejo de formação técnica e profissional.
- formação técnica e profissional: com objetivo de aproximar a vivência na escola com o mercado de trabalho, a formação técnica e profissional alinha as provas de vestibular, visando integrá-las com as reais necessidades da sociedade contemporânea. Além de desenvolver habilidades técnicas e psicossociais valorizadas no mercado de trabalho para formar profissionais capazes de executar, questionar, inovar e progredir.
“Educar é crescer. Crescer é viver. Educação é assim vida no sentido mais autêntico da palavra.”
Anísio Teixeira
Fonte:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br
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