Classificação indicativa: a importância em respeitar a faixa etária de tudo o que a criança consome

Existem conteúdos na internet que o seu filho ainda não está preparado para ver, mas não é só com o mundo virtual que devemos nos preocupar. A classificação indicativa é um alerta aos pais sobre o que será exibido ou qual tipo de tema será abordado. É importante estar constantemente atento ao que a criança assiste, escuta ou lê.

Classificação indicativa: a importância em respeitar a faixa etária de tudo o que a criança consome
Imagem: criado por Freepik

A frase “me senti adulto(a)”, quando vinda de uma criança ao consumir determinado conteúdo, seja na TV ou internet, não pode ser normalizada. Com tantos pais que precisam trabalhar fora de casa ou estão ocupados com as tarefas domésticas, é cada vez mais comum que crianças e adolescentes passem mais tempo conectados em seus tablets e smartphones, lendo ou assistindo TV sem a supervisão dos pais.

Nesse sentido, acabam sendo impactados por conteúdos que não estão preparados para ver naquele momento.

O que é “classificação indicativa”?

A classificação indicativa é um alerta aos pais sobre o conteúdo a ser exibido, indicando a partir de qual faixa etária aquilo é adequado para ser consumido. Esse indicativo está presente em produções audiovisuais exibidas na televisão aberta, mas também orienta os pais sobre livros, jogos e todos os tipos de produtos disponíveis para consumo.

O que conhecemos como classificação indicativa, foi instaurado para que os pais se atentem de que é de seu dever e responsabilidade estar atento ao que o seu filho consome tanto fora quanto dentro das telas. Como dito anteriormente, há coisas que uma criança ainda não está preparada para ver e temos que lembrar que boa parte dos traumas que um adulto carrega ao longo da vida foram desenvolvidos através de situações vistas ou vividas na infância.

Quais são as classificações indicativas?

As faixas etárias, que são as classificatórias aplicadas no Brasil, são: livre, 10 anos, 12 anos, 14 anos, 16 anos e 18 anos.

Livre: todas as obras que trazem elementos positivos, obras onde não há violência, insinuação de drogas lícitas e ilícitas ou nudez erótica.

10 anos: para essa faixa etária, são permitidos conteúdos com presença de armas e com violência, medo, tensão e angústia. Linguagem depreciativa, criminosos, conteúdos educativos sobre sexo e uso medicinal de drogas ilícitas.

12 anos: neste caso, são aceitos conteúdos com violência, lesão corporal, presença de sangue e sofrimento da vítima. Além disso, há situações constrangedoras, agressão verbal, bullying, apelo sexual e consumo de drogas ilícitas.

14 anos: são permitidos elementos que contém morte intencional, nudez e erotização, relação sexual não explícita, descrição verbal de consumo e tráfico de drogas ilícitas.

16 anos: esta faixa etária pode abordar conteúdos como estupro, tortura, mutilação e suicídio. Relação sexual intensa, produção ou tráfico de qualquer droga ilícita, indução e consumo de drogas ilícitas.

18 anos: a última faixa classificatória aceita produções que contém violência e situações sexuais de forte impacto, além de apologia explícita ao uso de drogas ilícitas.

Classificação indicativa nos livros

Não é somente com o conteúdo online que os pais devem se preocupar. Há muitos livros expostos nas principais prateleiras de uma livraria que são impróprios para menores de 18 anos, mas estão à vista e alcance de todos.

Para os pais, a classificação deve funcionar como um guia do que o filho pode ou não ler naquele período, mas para as crianças é como pertencer a um determinado grupo, respeitando cada etapa de seu desenvolvimento. Além disso, ao explicar esse momento para a criança, é legal trazer como forma de crescimento, aprendizado e evolução. Aos 10 anos, o presente pode ser aquele livro que a criança tanto queria e agora, com a idade certa, finalmente pode ter.

Para a doutora em Literatura e produtora de conteúdo didático no mercado editorial, Geruza Zelnys, a classificação indicativa dos livros direciona o consumo dos clientes, mas também funciona como objetivo pedagógico, “orientando professores e as compras feitas pelas escolas (…) seguindo um conjunto de competências e habilidades classificadas por faixas etárias e níveis de escolaridades”.

Níveis de leitor e a fase do desenvolvimento infantil

Além da classificação indicativa, há os níveis de leitor. Muito mais do que respeitar o tempo certo para apresentar determinado assunto para a criança, é preciso entender o ritmo de aprendizagem e a individualidade de cada um em seu processo de desenvolvimento infantil.

Para isso, existem os níveis de leitores, que são: pré-leitor, leitor iniciante, leitor em processo, leitor fluente e leitor crítico. Abaixo, explicaremos melhor cada nível e traremos indicações de livros para você ler com seus filhos.

Pré-leitor: esse nível vai até os 5 anos de idade, no momento em que a criança começa a reconhecer o mundo ao seu redor através do contato afetivo e do tato.

Sugestões de livros:

  • Coleção: “Sobre Rodas”
  • Rick-Zoom – Moto Amigos
  • Para Ninar os Pequeninos com Carinho
  • Não Alimente os Animais

Leitor iniciante: dos 6 aos 7 anos é o momento em que a criança começa a ter contato com a decodificação de símbolos gráficos e seus significados.

Sugestões de livros:

  • Contos de 5 Minutos
  • Todos Contra o Vírus
  • Turma da Mônica: Lendas para Crianças

Leitor em processo: os leitores em processo têm entre 8 e 9 anos e já dominam os mecanismos da leitura. Se interessam por novos desafios e seu pensamento está mais desenvolvido.

Sugestões de livros:

  • Histórias Fantásticas e de Medo
  • Turma da Mônica: O Pequeno Príncipe
  • Tibúrcio
  • O Grande Livro dos Dinossauros

Leitor fluente: esse nível começa a partir dos 10 e vai até os 12 anos. É nesta etapa que o pré-adolescente começa a consolidar os mecanismos da leitura, aumentando sua capacidade de se concentrar e compreender o mundo expresso no livro.

Sugestões de livros:

  • Turma da Mônica Jovem: Romeu e Julieta
  • Turma da Mônica Jovem: A Ilha do Tesouro
  • 501 Atividades Para Crianças Longe da TV, do Tablet e do Smartphone

Leitor crítico: a partir dos 13 anos, o leitor possui total domínio da leitura. Como sua capacidade de reflexão aumenta, ele consegue desenvolver consciência crítica em relação ao mundo e habilidades de intertextualização.

Sugestões de livros:

  • A Guerra de Clara
  • Enigma em Barcelona

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante.”

Paulo Freire

Fonte:

https://mj.jusbrasil.com.br/noticias/3058546/campanha-alerta-pais-sobre-importancia-da-classificacao-indicativa

https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/respeitando-os-limites-aprendizagem-cada-aluno.htm

http://www.classificacaoindicativa.org.br/entenda-a-classificacao/

https://lunetas.com.br/livro-faixa-etaria/

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